sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Nada

Como proteger algo que me escapa pelas mãos?
Sentimento inconstante e indecifrável que me invade
Toda vez que tu se aproximas de mim
Êfemera sensação de reciprocidade
Duas mãos que se tocam sem nada transmitir

Dor trancada a sete chaves por um coração
descrente
E Machucado que se perdeu por ser confiante
Envolvido agora na escuridão, este coração
Não permite ser tocado, não permite ser amado

Dois olhares que se cruzam sem nada dizer
Dois corpos que se abraçam
Numa sinfonia Opaca
Mas por que ainda me resta o desejo de reversão?
Por que ainda sonho com isso?

Poderei penetrar nesta barreira?
Saberei o que escondes neste olhar impassível?
O nada permanece entre nós outra vez...

Minha Estrela

Por onde se meteste Minha Estrela?
Noite após noite venho contemplar o céu
Coberto de mágicas e misteriosas estrelas
Regidas pela hipnótica lua
Mas tu, Minha Estrela, Tu lá não estás

Sumiste como uma jovem borboleta
Neste imenso céu de sonhos
Neste céu que vestimos de desejos e esperança
Que faz minha alma esquecer-se momentaneamente
Da melancolia que beira meu Ser

Uma vez me disseram que as estrelas cantavam
Será mesmo? Posso mesmo acreditar
Que de enlevo uma melodia divinal e fascinante
Penetra o seio palpitante?

Pinto telas representando minha vida
As pinto com meus sonhos e minhas fantasias
Mas minha visão sempre é envolvida por uma
Anamorfose sem fim, sem saber qual direção olhar
Tudo parece sem forma
Quando Tu lá não estás no céu

Prestes a adormecer com o coração inconsolado
Peço-lhe mais uma vez
Venha luzir mais uma vez
Cubra-me novamente com teu brilho
E que não seja um delírio

Estarei sempre a lhe esperar
Pois sem você, Minha Estrela
O nada se faz tudo e a solidão
Jaz no meu coração

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Alvorada

A verdade escondida sob emoções forjadas
Laços criados para ludibriar
Sorrisos que aterrorizam à última instância
Palavras concebidas pelo silêncio agora
Se mostram sem medo

O caminho se clareia ao brilho da alvorada
O gélido coração agora pode aquecer-se
De sonhos e fantasias
A real verdade mostrou-se para mim

Meus olhos agora descansam na luz
A redenção foi concedida, a salvação estendeu
Sua mão e me envolveu na paz
Um novo mundo, uma nova realidade
Serão criados à minha frente

O poder de entregar-se a vida
Sem nada temer

Uma nova chance de acreditar
Alfim no futuro


Daquela antiga realidade
Do que me faziam acreditar

Agora posso dar adeus
Liberta de meus fantasmas
Eu posso realmente Existir...

domingo, 30 de maio de 2010

Andarilha Errante

Trilhando diferentes caminhos sem rumo definido
Apenas sentindo seu coração palpitar
A cada passo de um novo destino

Sentimentos efêmeros motivam sua alma
Dando adeus constantemente
Sorrindo misteriosamente a cada palavra
Proferida por aqueles que nada entendem

Se desencantou com o amor visto
De forma banal por todos por onde passou
Nada daquilo a deixava plena
[Ela queria mais...]

Mesmo vendo seus sonhos cairem por terra
Continuou a acreditar no futuro
Este que lhe causa esperanças infindas

Desejando voar o mais alto que pudesse
Como uma lagarta que acabara de ganhar
Belas asas coloridas
[E assim experimentou voar...]

Ela caiu, mas levantou em seguida
Sempre foi forte, seu coração a fazia
Persistir e sentir que seu destino ainda
Lhe pregaria muitas surpresas

Flôr que nunca pode ser tocada
Apenas contemplada...
Possui raro perfume que enebria
Não nasceu para viver o amor
Apenas para senti-lo
[Eis o que acredita...]

O céu que permaneceu escuro por muito tempo
Agora está iluminado pelo sol que traz
A imagem da fé refletida no poder de acreditar
Na utopia que todos desacreditaram

E ela continua seu caminho incerto
Há tantas coisas que ainda não viu
E muitas que ainda não sentiu...

Quem sabe possa descobrir o tal amor
Verdadeiro e puro
[Neste momento ela sorri...]

Talvez seja uma tolice, uma sandice
Que ela gostaria de presenciar...
Mas vai saber?
[Chegou a hora de ir...]

O crepúsculo se inicia, é preciso ir em frente
As respostas para seus questionamentos
serão alfim encontradas na estrada da vida
Na qual nossa andarilha errante
Tem perseguido fervorosamente

Já não se vê suas pegadas
Ela está longe mais uma vez...
[E uma forte rajada de vento se faz presente...]

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Lágrimas do coração

Tu, doce e altivo segurou minha mão
Tu, sedento e infame iludiu meu coração
Conseguistes alfim fazer a rosa do amor
Florescer mais uma vez em mim


Por que chegou tão perto?
Por que tocaste tão cruelmente meu
Peito fazendo-o encher de falsas esperanças?

Lançaste a semente do amor em meu ser
Mesmo sabendo que não a poderia colher
Ao seu bel prazer judiou e brincou de amar

Noite após noite meu coração derrama lágrimas
Doloridas, estas que fazem meu peito estremecer
Em cada sonho tu vens para ludibriar e atormentar
Fugindo em desespero, dou-lhe adeus

[No meu peito tu não mais estará]

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Encontro Fantasmagórico

Sempre estive a observa-lhe, cada gesto de
Raiva e de ódio que fazia quando te esqueciam,
Quando a oprimiam
Sempre fadada a rejeição, fadada a incompreensão

Falavam de ti comparando-a com um fantasma
És fruto do caos, possui uma aura negra
Um manto que a envolve contra sentimentos puros
Gerada no lodo, adquiriu toda impureza
Que podes imaginar...

[Consegues ver que estou a olhar-te profundamente?]
Não se preocupe pobre infeliz, farei estas últimas
Migalhas de compaixão que restam em seu peito desaparecem
Agora sinta o ressonar de nossas almas

Sou um fantasma, tiraram-me deste mundo injustamente
Cruelmente fizeram meu corpo sucumbir
Vês? Voltei do mundo dos mortos para coexistir contigo

E tu? Tu és a maldade personificada, contigo encontrarei
Minha tão desejada vingança
O que ganharás? Deves estar se perguntando
Tu finalmente saciará sua sede por sangue e dor

Não me olhes dessse jeito, Oh! Eu posso sentir suas
Reais intenções para com este mundo apodrecido
Não mais precisa fingir ser uma boa garota
Ninguém te aceitará, és um desastre natural
Nem bem viveu e já está corrompida

Vamos, aceite-me como sua nova força
Tu torna-se-á um belo carrasco para
Esta frustrante realidade que nos envolve
Pode gritar, sinta-me dentro de ti
[Agora somos uma só]

A partir daquele momento tornei-me um ser
Malígno completamente
Consegui expor minha real índole
A todos que viviam comigo, fiz com que conhecessem
Um pouco da dor e da decadência que sempre estiveram
Vivas em mim...

Gritos de socorro, pedidos de clemência ecoam até mim
Mas agora é muito tarde, encontrei o meu caminho
Um obscuro e amaldiçoado caminho o qual estarei
Encarcerada até o fim de meus dias

Mas não estou só, Lélia está comigo
Ela que me fez despertar para meus propósitos nesta terra
Com minhas roupas ungidas de sangue continuarei
Perseguindo cada emoção, cada fluir de pureza
O mundo não precisa disto, enfim, terão seu fim!

Beijo do fim

Contemplamos o mesmo céu macilento
Nas noite vivemos as mais doces venturas
De enlevo sentíamos nossos lábios tremer

Meu amado, levaram-no de mim cruelmente
Neste mesmo lugar em que meus pés descalços
Permanecem a caminhar a sua procura

Meu corpo está a ficar frágil, mas sem desistir
Ficarei a esperar a lua luzir mais uma vez
Continuarei mirando a neblina que nos entorpecia
Enquanto tocava-me a face

Ainda ouço seus passos, continuo escutando
Sua voz ardente a me chamar
[Será um sonho tudo que vivemos?]

À beira do abismo tu me aparece sedento de amor
Me pedes um beijo...
Será que estou a delirar?
É tão real, sua pálida face com um sorriso
Me envolve plenamente

Meus pés caminham em sua direção, na direção
Deste abismo...
Tu me diz para nada temer, e nos beijamos enfim,
Mas foi o beijo do fim

Meu corpo cai lentamente e as minhas memórias
Dei adeus finalmente...

quarta-feira, 31 de março de 2010

Escape

Sociedade não envolvente,
Humanóides que vivem cegamente

Abraçando a solidão eles esquecem

Do mundo e se perdem em si mesmos

Dor que os consome lentamente, a falsa sensação
De domínio da situação os ludibria ainda mais
Sem perceber acabam por criar uma maior
Distância entre o sonho e o real

Vivem em seus próprios mundos ao invés de lutar
Por um lugar na multidão
"Por quê? Pra quê? Me deixem em paz"
Respostas vazias, sem emoções pois guardaram
Todo sentimento a sete chaves num coração
Machucado coberto pela cólera da rejeição

Escapam do convívio intraespecífico incansavelmente
Almas obscuras que encontram na noite
Uma possível redenção para suas tristezas

quarta-feira, 10 de março de 2010

Máscara

[O que você roubou de si mesmo?]

Se escondeu para ofuscar suas tristezas
Odiou com medo de acreditar no amor
Correu pra bem longe para que não
Percebessem que estava sangrando

Sofreu por ser ingênuo e crédulo
Encontrou o amor num abismo e não
Mais conseguiu subir
Por que continuas sem esperança?

Esconde seu belo e verdadeiro Eu numa
Máscara cética e pessimista...
O que achas que conhece do mundo? Ham?
Tu tens muito a descobrir...

Eu só queria vislumbrar seu verdadeiro Eu,
Amar-te por inteiro...
Se olhar nos meus olhos, talvez consiga
Sentir a verdade que tanto teme em mirar...

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Calêndula

Numa manhã cheirosa
Tu estavas a perfumar meu ser
Calêndula, flor abençoada que cicatrizou
Minha chaga do coração

Seu amor puro e doce se tornou
A mais bela sinfonia...
Tocando seus lábios virginais te sinto
Cada vez mais perto do meu coração

As horas continuam a passar, mas decidi
Ficar parado a te esperar

Sentindo o amor nascer, quero ficar
A admirar seu sorriso mais uma vez

Não se perca no caminho de volta
Prantearei sua imagem angelical
Em minha fronte que se perde toda
Vez que lembra de ti

Em meus sonhos caminho ao seu lado
Num mágico jardim de calêndulas
Que nos envolve num sentimento pleno

Quando voltares, esta bela flor poderá
Se abrir novamente...

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Luar de Esquecimento

Luar de esquecimento, faz da minha alma
Um poço vazio...
Lânguido olhar perdido em tristezas

Quem pensas que é para roubar de mim
O sentido de viver?
Minha pele descora com o brilho opressor da lua

A morte ao meu lado me envolve, dessa chaga
Ardente quero me libertar
Não passa de um devaneio de meu cérebro
Que em desconcerto é abatido...

Nas tuas mãos fui apenas uma marionete
Sufocou-me com ardor
Tirou-me toda a liberdade existente...

Agora que tu fostes de mim...estou vulnerável
Meu corpo é atraído pela dor deixada...
Luar de esquecimento faça todas
Essas lembranças
se apagarem...

Em paz quero deixar essa terra que tudo me tirou...

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Cólera Infernal

Destrancaram a cela perdida
Agora estou à solta...
Estou sendo guiado por sentimentos impuros

Num mundo onde o pecado tomou conta,
É o lugar perfeito para disseminar minha cólera...

Infectando até a última criatura...
Ninguém sairá vivo deste inferno...

[Nenhum caminho te salvará]

Raça imunda chamada "ser humano"...
Vocês são minhas presas favoritas...
O desejo culmina com a vontade de matar

[Ninguém se salvará]

Sigam em frente, corram até o fim...
De nada adiantará, a decadência não perdoa
Agora apreciem o caos ao redor...
Todos verão o fim...

Meu prazer é ver o medo alheio
Quanto mais imploram pela vida, mas
Satisfação sinto em destruir...

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Planeta Furtarez

Lugar mágico embebido
De fantasias e sonhos
Emoções e sentimentos profundos
Que motivam a alma...

Esconderijo de paz onde
Me encontro com meu âmago
Escapando da banalidade do mundo real,
Quero continuar voando neste céu vívido

Envolvida por sensações inacreditáveis
Continuarei aqui por mais um tempo...
Purificando este meu coração tumultuado
Por energias pesadas

Aqui não há solidão, existe uma deliciosa
Liberdade que me faz flutuar e descobrir
Que ainda é possível mudar o que os terráqueos
Chamam de imutável...

Experimentando um pouco de emoção
Ao invés da razão

Permitindo ser contagiada pelo doce amor...
Vivendo a arte de transformar a dor em felicidade

[Construindo o real significado das coisas]

Mundo Distorcido

Mundo distorcido, velado por mentiras
Que ofuscam a verdade temida...
Humanos que se assemelham a seres bestiais,
Destroem sua própria espécie voluntariamente

Maquiavelicamente transformam o ódio
Em essência para ferir e dissimular
[Até quando vão viver subjulgando?]

Aos poucos o restante de sanidade e cadência
Que possuem está se esvaindo...
Convulsivamente questionamos
Nossas derrotas e existências...

Não há pra onde fugir, fomos tomados
Pela mediocridade que ronda incessantemente...

Estamos encarcerados
Neste mundo
esmagador...

Regidos pela lei do mais forte, esse é o fardo
Que inevitavelmente carregamos
Vivemos o dilema de quebrar nossos próprios
Limites ou ficar para trás...

Optar entre dissimular ou ser sincero
Temos de escolher a todo instante...
É preciso despertar os olhos da alma, ou
Ficaremos eternamente ludibriados...

Só o tempo mostrará o futuro deste mundo incerto
Enquanto isso vamos continuar a existir neste teatro
Admitindo uma postura cética