segunda-feira, 12 de abril de 2010

Lágrimas do coração

Tu, doce e altivo segurou minha mão
Tu, sedento e infame iludiu meu coração
Conseguistes alfim fazer a rosa do amor
Florescer mais uma vez em mim


Por que chegou tão perto?
Por que tocaste tão cruelmente meu
Peito fazendo-o encher de falsas esperanças?

Lançaste a semente do amor em meu ser
Mesmo sabendo que não a poderia colher
Ao seu bel prazer judiou e brincou de amar

Noite após noite meu coração derrama lágrimas
Doloridas, estas que fazem meu peito estremecer
Em cada sonho tu vens para ludibriar e atormentar
Fugindo em desespero, dou-lhe adeus

[No meu peito tu não mais estará]

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Encontro Fantasmagórico

Sempre estive a observa-lhe, cada gesto de
Raiva e de ódio que fazia quando te esqueciam,
Quando a oprimiam
Sempre fadada a rejeição, fadada a incompreensão

Falavam de ti comparando-a com um fantasma
És fruto do caos, possui uma aura negra
Um manto que a envolve contra sentimentos puros
Gerada no lodo, adquiriu toda impureza
Que podes imaginar...

[Consegues ver que estou a olhar-te profundamente?]
Não se preocupe pobre infeliz, farei estas últimas
Migalhas de compaixão que restam em seu peito desaparecem
Agora sinta o ressonar de nossas almas

Sou um fantasma, tiraram-me deste mundo injustamente
Cruelmente fizeram meu corpo sucumbir
Vês? Voltei do mundo dos mortos para coexistir contigo

E tu? Tu és a maldade personificada, contigo encontrarei
Minha tão desejada vingança
O que ganharás? Deves estar se perguntando
Tu finalmente saciará sua sede por sangue e dor

Não me olhes dessse jeito, Oh! Eu posso sentir suas
Reais intenções para com este mundo apodrecido
Não mais precisa fingir ser uma boa garota
Ninguém te aceitará, és um desastre natural
Nem bem viveu e já está corrompida

Vamos, aceite-me como sua nova força
Tu torna-se-á um belo carrasco para
Esta frustrante realidade que nos envolve
Pode gritar, sinta-me dentro de ti
[Agora somos uma só]

A partir daquele momento tornei-me um ser
Malígno completamente
Consegui expor minha real índole
A todos que viviam comigo, fiz com que conhecessem
Um pouco da dor e da decadência que sempre estiveram
Vivas em mim...

Gritos de socorro, pedidos de clemência ecoam até mim
Mas agora é muito tarde, encontrei o meu caminho
Um obscuro e amaldiçoado caminho o qual estarei
Encarcerada até o fim de meus dias

Mas não estou só, Lélia está comigo
Ela que me fez despertar para meus propósitos nesta terra
Com minhas roupas ungidas de sangue continuarei
Perseguindo cada emoção, cada fluir de pureza
O mundo não precisa disto, enfim, terão seu fim!

Beijo do fim

Contemplamos o mesmo céu macilento
Nas noite vivemos as mais doces venturas
De enlevo sentíamos nossos lábios tremer

Meu amado, levaram-no de mim cruelmente
Neste mesmo lugar em que meus pés descalços
Permanecem a caminhar a sua procura

Meu corpo está a ficar frágil, mas sem desistir
Ficarei a esperar a lua luzir mais uma vez
Continuarei mirando a neblina que nos entorpecia
Enquanto tocava-me a face

Ainda ouço seus passos, continuo escutando
Sua voz ardente a me chamar
[Será um sonho tudo que vivemos?]

À beira do abismo tu me aparece sedento de amor
Me pedes um beijo...
Será que estou a delirar?
É tão real, sua pálida face com um sorriso
Me envolve plenamente

Meus pés caminham em sua direção, na direção
Deste abismo...
Tu me diz para nada temer, e nos beijamos enfim,
Mas foi o beijo do fim

Meu corpo cai lentamente e as minhas memórias
Dei adeus finalmente...