quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

A carruagem perdida

Numa bela noite estava a desfrutar de tua companhia
Tão sublime o seu riso a me envolver
O deleite de tuas palavras, cálido olhar de cumplicidade
Latendo num bater sincronizado de dois corações confundidos

Ah! como queria que aquela noite não tivesse fim
Ah! se o tempo parasse e naquele instante tudo se tornasse
Só tu e eu, só teu corpo e o meu
A carruagem estava parada, só havia nós dois

A lua pálida e estonteante deixou-se envolver na névoa
Ficamos parados por um tempo ao som de vagalumes serelepes
E naquele momento nossas mãos se encontraram

As estrelas reluziram nos olhos teus, meus lábios cansaram de relutar
Meu coração em sintonia impediu que minha fronte resistisse ao desejo
E o ato foi consumado, o beijo de duas almas que enfim assumiram o que sentiam

O vento se fez bater sobre nossos corpos ainda unidos
E o tempo, este incansável, não esperou e deixou que as horas andassem depressa
Reluzente a manhã brindou nossa tardia união

O que temíamos concretizou-se
A despedida de nós dois efetuou-se dolorosamente
Minha mão segurou debilmente meu peito que inundou em melancolia

A mesma carruagem que nos trouxe agora nos separou
A distância veio adornar nossos corações
E de saudade nossas vidas foram tomadas
A carruagem se perdeu num caminho que somente o destino irá nos contar
Agora ficarei a sonhar com nosso reecontro na mesma carruagem que jaz perdida